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Antes de mais nada: não sou infectologista, apenas um estudante de matemática com bastante interesse em epidemiologia matemática. As considerações aqui tem pouca conexão com os dados reais de COVID-19.
Os modelos compartimentais são os mais famosos para se modelar epidemias há 120 anos. Em geral eles são variações do modelo SIR (Suscetível, recuperado e recuperado). Ele faz algumas suposições: todas pessoas são iguais e tem a mesma chance de se encontrarem. Apesar disso, os modelos são bons.
O principal que tem que se entender sobre esse tipo de modelo é que:
- O Rt da epidemia, a sua taxa de crescimento de novas doenças instantâneo, é maior conforme o número de infectados proporcionalmente à população
- O Rt da epidemia é menor conforme menos pessoas estão suscetíveis (já passaram para removidas).
Existe um valor crítico, para cada epidemia, do estoque total de pessoas que chegam a removidos a partir da qual a epidemia começa a crescer a acabar, naturalmente. Se nada fosse feito para enfrentar a COVID, ela provavelmente acabaria em alguns poucos meses. O efeito, seriam dezenas de milhões de pessoas infectadas em centenas de milhares de mortos.
Na ausência de uma vacina, achatar a curva significa fazer que a epidemia siga seu curso natural, mas apenas mais lentamente. Iriamos aumentar o estoque de recuperados, lentamente, até a epidemia acabar. Secretamente, torcemos que uma vacina apareça antes da epidemia seguir seu curso natural. Ou, no caso de quando ela está muito pequena, torcer que os efeitos estocásticos sejam capazes de fazê-la acabar (fora intervenções grandes no curso natural).
Mas existem doenças que as pessoas podem deixar de serem recuperadas e voltarem a ser suscetíveis. E se for esse o caso da COVID-19?
Suponha que a COVID-19 tenha um período de imunidade, de digamos, um ano. Se estivermos achatando tanto a curva de tal forma que a epidemia não siga o curso natural de infectar toda a população em apenas um ano (digamos que seria algo como um ano e meio), então o ciclo reinicia e a doença não acaba.
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Esse modelo é um tanto ingênuo. Ele supõe, por exemplo, que após a doença acabar não existiria o risco das pessoas voltarem a contrair a epidemia através do estrangeiro. Com certeza serão capazes de encontrar mais suposições ingênuas.
Ainda assim, é uma discussão interessante de se ter. Uma discussão normativa em nossa sociedade. Em algum cenário como o descrito acima, faria sentido levantarmos todas as medidas restritivas, para evitar um impacto maior no longo prazo (melhor morrerem 1 mi de pessoas só uma vez). Ou seria melhor acreditar que uma vacina irá surgir, correndo o risco de ainda mais pessoas morrerem (apenas mais lentamente)?
O que você faria se fosse um gestor tendo que decidir isso?
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