Sou mulher, 24a, atualmente morando em Londres. Me considero feminista não demagógica.

Um casal cuja mulher sou bem amiga vai oficializar e se casar. Minha amiga estava um pouco em dúvida sobre mudar o sobrenome pra adicionar o do futuro marido. Daí eu mandei pra ela e pra ele uns materiais contando a história de como em Portugal e por extensão Brasil a prática da mulher adotar sobrenome do marido é objetivamente sexista do tempo que mulher era dada pra casar, contra sua vontade ou não, pelo pai e tratada como propriedade do pai e depois do marido. Nem direito a tirar passaporte sem autorização do marido mulher casada tinha até os anos 1970 em Portugal por exemplo, e no Brasil mulher precisava de autorização do marido por escrito pra abrir conta em banco até 1952.

Enfim, como minha amiga já estava meio em dúvida, meus materiais deixaram ela convencida a se casar sem mudar nome. Minha amiga é legal, trabalha e se sustenta, mas vem de família extremamente religiosa. O pai dela torce o nariz pq minha amiga pediu pro noivo ignorar completamente a expectativa que ele fosse "pedir a mão" dela pro pai (algo extremamente tosco). Eu já tinha tido uma ligeira contribuição pra dizer pra minha amiga que tb bem ignorar a vontade do pai se isso incomodasse ela e insistir pro noivo não ceder.

Agora, a família do noivo está Full Pistola pq ela não vai adotar o sobrenome deles e "ferrar a árvore genealógica". Começaram a pressionar o noivo pra insistir que a noiva mude sobrenome pra honrar a memória do pai do noivo que morreu na pandemia. Uma tia do noivo que me conhece via amizade com minha própria família veio em modo Karen reclamar que eu estou interferindo no casamento e semeando a discórdia.

Tudo o que eu fiz foi mandar links de análise histórica da tradição idiota de mudar nome e mostrar como até mesmo em países latinos como Espanha e Itália isso não é regra nem norma social tb.

Eu sou o babaca por isso?